Iniciativas que inspiram: os freelas na pandemia

Por Gabriel Ferreira

Em abril de 2021 recebi um convite irrecusável e que mudaria o rumo da minha carreira de jornalista para sempre. O professor do curso de Jornalismo da Ufam de Parintins, Carlos Monteiro, me procurou via WhatsApp e me apresentou uma proposta. Era sem dúvidas algo que nem sonhava. Ele me falou sobre um freelancer para o ECOA do UOL, um dos primeiros sites do Brasil e de abrangência nacional.

Não pensei duas vezes e aceitei a oferta. Depois disso, entrei em contato com a jornalista responsável, chamada Carol, ótima pessoa e muito experiente.

A Carol me explicou que eu deveria produzir uma matéria de forma periódica para a seção “Iniciativas que inspiram”. Como estávamos no meio da pandemia da Covid-19, as matérias deveriam ser sobre ações na região com a finalidade de ajudar pessoas em vulnerabilidade naquele período.

Não lembro ao certo quantas matérias eu escrevi. Mas a primeira sem dúvida foi especial.

Intitulada “Indígenas criam enfermaria para pacientes de Covid-19 em assentamento no AM”, a minha primeira matéria publicada no UOL falava sobre a criação dee uma enfermaria de campanha indígena visando atender os moradores do bairro Parque das Tribos, o maior bairro indígena do Brasil.

A iniciativa foi liderada pela técnica de enfermagem Vanda Ortega, da etnia Witoto, que também foi a primeira pessoa vacinada contra a covid no Amazonas.

 Me recordo, que nos falamos pelo WhatsApp devido as limitações impostas pela covid que ainda se espalhava. Ela foi bastante atenciosa, me contando sobre como tudo foi feito para ajudar seus “parentes”. Fiquei muito feliz de poder contar aquela história.

Também produzi muitas outras matérias semelhantes, com o mesmo objetivo de dar voz a essas ações. Por exemplo, o “Regatão do bem”, publicado no dia 5 de maio de 2021. Contei sobre a iniciativa de expedições fluviais no Amazonas em que levavam mantimentos para atender famílias desassistidas na pandemia. Na época entrevistei a diretora-executiva do Idesam, Paola Bleicker, que me explicou como acontecia a ação. Era uma iniciativa grande e acima de tudo marcada pela generosidade. Algo que nunca vou esquecer quando ouvia cada história, que me enchiam de esperança, apesar do cenário caótico da covid.

Realmente, posso afirmar aqui com toda certeza. São iniciativas que inspiram e me ensinaram também a olhar com mais humanidade o fazer jornalístico. Eis um preceito que deveria constar sempre anotado dentro do bloco de notas dos jornalistas. Nessas situações é onde aprendemos a ser mais humanos. Sem dúvidas viver essa experiência me faz alguém melhor.

Foto: Reprodução

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