Libera geral do manda chuva negacionista

Por Gabriel Ferreira

Em 23 de dezembro de 2021, o governador editou decreto para fechamento do comércio não essencial e três dias depois proibindo eventos comemorativos.

Sabe o que aconteceu? O presidente negacionista assim como o chefe do executivo do estado disse que a medida era absurda. No mesmo dia que as regras passaram a valer, pessoas foram as ruas sem máscara, sem nada, para protestar, pois para eles a vida tinha que continuar. E com isso, o governador aliado do presidente voltou atrás da sua decisão e fez a vontade de uma minoria de negacionistas. E não é de se estranhar, pois Manaus hoje é em sua maioria bolsonarista.

Tudo isso, eu penso que foi um prenúncio da tragédia que vivemos semanas depois com a crise de oxigênio.

Certo dia, o caos veio à tona com inúmeras pessoas indo manifestar e se aglomerar em frente a casa do governador pedindo a reabertura do comércio. Eram donos de bares, restaurantes, comerciantes, lojistas que queriam funcionar como se tudo estivesse normal. Aliás, não era mesmo uma gripezinha? Como disse Jair Bolsonaro, o ídolo de mais de 60% de eleitores manauaras, dos que foram pra frente do CMA pedir intervenção militar, golpe de estado, e que inclusive viria a ser apoiado pelo governador na disputa pela reeleição. Pena que o povo só soube punir o ex-presidente negacionista. Esqueceu do que o chefe do executivo do Amazonas deixou de fazer e o que fez.

E no dia da aglomeração mortal, a bola do Coroado, um dos viadutos e obras mais mal projetadas para o trânsito de Manaus, ficou parada, com centenas de pessoas pedindo pelo mito e alimentando a contaminação do novo coronavírus. Foi o cenário “ideal” para a proliferação. Tudo isso, como citei antes, o prenúncio para uma tragédia em Manaus.

O que expresso aqui é o sentimento de revolta e afirmo que todos esses indivíduos que lutavam ali por suas próprias vontades, foram egoístas. Aonde já se viu abrir um bar no meio de uma pandemia? Qual a necessidade? Se há momento para tudo. Porque isso viria a ser conveniente? Sustento? Isso tudo era responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. O que fizeram? A vontade dos negacionistas ambiciosos e colocaram a prova a imunidade de rebanho defendida pelo manda chuva do estado, por Eduardo Pazuello, e pelo negacionista-mor, Jair Bolsonaro, o Messias que veio anunciar a morte, a tristeza e o sofrimento.  

Tudo o que veio depois, realmente foi doloroso, e nem a indenização ao estado pedido pelo Ministério Público Federal (MPF) vai cicatrizar as feridas abertas. Tenho certeza que hoje são chagas.

Foto: Reprodução

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