André Baniwa destaca em aula magna no Inpa sobre medicina indígena e as mudanças climáticas

Por Mayson Nogueira e Larissa Gemaque*

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) promoveu na manhã desta quinta-feira, (13), uma aula magna para os novos alunos em cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado.

A palestra foi ministrada por André Baniwa, líder indígena, pesquisador e assessor técnico em Medicinas Indígenas da Secretaria da Saúde Indígena do Ministério da Saúde (SESAI/MS), com o tema “Bem Viver: Desafios indígenas de Intercientificidade e das políticas públicas no contexto das mudanças climáticas no futuro da humanidade”.

Durante encontro com os pesquisadores, Baniwa destacou sobre a importância dos saberes medicinais indígenas e o reconhecimento dessa ciência diante dos avanços da medicina ocidental. “A ciência moderna é de experimentar em laboratórios. A ciência indígena é de testar nas vidas”, afirmou a liderança indígena.

Referindo-se como “velhos problemas”, André Baniwa também comentou em sua aula sobre as mudanças climáticas, entre chuvas torrenciais e seca extrema, que estão afetando as comunidades indígenas no estado do Amazonas.

“As queimadas e desmatamentos em territórios indígenas contribuem para afetar o cotidiano dos moradores, bem como a seca dos rios e a contaminação do solo, em uma espécie de “racismo ambiental contra os povos originários”, disse.

Além disso, Baniwa também destacou que “para os indígenas, o rio é um lugar de história (…) O problema não é o excesso de água, mas a falta dela”.

Finalizando a aula magna, o líder indígena ponderou sobre a necessidade de “reflorestar mentes”, visando um olhar mais humanizado para os povos indígenas e os efeitos drásticos do clima perante os povos da Amazônia, pensando em uma perspectiva positiva para o futuro.

“Devemos sempre pensar com um lado mais humano, próximo do que acontece com nós, indígenas. Entender o que se passa nas comunidades, as necessidades de cada povo e levar as culturas para frente, pensando nas próximas gerações”, finalizou André Baniwa.

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Foto: Mayson Nogueira

*Repórteres do Portal da Ciência (Sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira)

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