Por Gabriel Ferreira*
Há menos de um ano após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Amazonas, a tão esperada e desacreditada vacina contra a doença chegou no estado. Isso foi em janeiro de 2021.
Foram mais de 280 mil doses da CoronaVAC, politizada e alvo de briga entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-governador de São Paulo, João Dória.
Aquela que era chamada de vacina chinesa de forma pejorativa principalmente pelos bolsonaristas começou a salvar vidas.
Seria a vacina que poderia nos transformar em “Jacaré”, como disse o presidente negacionista zombando da ciência e o mais impressionante de tudo é que o imunizante passou a ser distribuído pelo Ministério da Saúde, comandado por Eduardo Pazuello, por mera obrigação. Aliás, aquele governo não queria essa vacina, por negacionismo, por ego e por corrupção. A preferida deles era Pfizer e a Covaxin, a mesma das suspeitas de irregularidades na compra.
Mas sem descartar os fatos importantes, ao saber que a vacina chegou no Amazonas, tive uma sensação de alívio, ainda mais quando minha mãe que é agente de saúde em Parintins compartilhou em nosso grupo de família uma foto depois de receber a primeira dose da CoronaVAC. Fiz até uma publicação nas minhas redes sociais pra mostrar a todos que eu não fui criado por negacionista e sempre prezamos por nossa saúde. Assim foi com meus tios e tias, que receberam a mesma vacina, a chinesa, ignorada pela seita bolsonarista.
Que bom! Deu tudo certo. Antes os meus.
Eu vivia cada mais aliviado, em meio a toda tensão vivida ao longo de quase 1 ano de pandemia. Sabia que minha vez ia chegar, e chegou.
*Jornalista, pesquisador e professor universitário
Foto: Divulgação