Por Luís Castro*
A dissertação de mestrado de Doraci Souza, aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amazonas em Humaitá (PPGCA-Ufam), realizou um levantamento inédito em uma comunidade ribeirinha de Lábrea, no sul do Amazonas.
Intitulada “Estudo étnico-botânico: Saberes populares sobre plantas medicinais em uma comunidade ribeirinha no sul do Amazonas”, a pesquisa orientada pelo prof. Dr. Renato Abreu catalogou 103 espécies de plantas medicinais na comunidade Maciarí, no município de Lábrea, localizado às margens do Rio Purus.
Das mais de 100 espécies identificadas, a mais citada pelos moradores da localidade foi a andiroba.
Ao Portal da Ciência, a pesquisadora disse que a planta “tem como principal uso fisioterapêutico, para tratar doenças como a gripe, tosse e pneumonia. Ela é voltada também para o uso do extrativismo, já que faz parte da produção socioeconômica dessa população”.
Doraci explica ainda que, além das entrevistas com moradores com o intuito de entender a relação da comunidade com as plantas, foi feita também a coleta de amostras para o herbário da Ufam.
O estudo, realizado na comunidade habitada por 42 famílias, identificou ainda que os conhecimentos sobre plantas medicinais são passados de geração para geração. A pesquisadora reforçou a importância da valorização dos saberes tradicionais.
“As comunidades do município de Lábrea são pouco estudadas, e a minha pesquisa tem uma grande relevância, que é documentar e valorizar a cultura tradicional dessas comunidades ribeirinhas a partir de plantas medicinais”, concluiu.
*Repórter do Portal do Ciência (sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira)
Foto: Arquivo/ Doraci