“Se os Yanomamis morrerem, a floresta morre também”, alerta Davi Kopenawa

Por Luís Castro*

O xamã do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa, fez alertas sobre o futuro da Amazônia nesta quinta-feira (13), durante palestra na Embaixada Planetária, no Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém (Pará), sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

Kopenawa cobrou das autoridades um enfrentamento mais rigoroso à crise climática, mencionando eventos extremos cada vez mais frequentes em todo o mundo. “Outros lugares estão queimando, as cidades afundando, e muitas pessoas morrendo. A vingança da terra está se aproximando, e a minha mensagem para eles é para respeitar. Chega de destruição, chega de desmatamento”, afirmou.

O xamã destacou também a importância da COP no Brasil, mas cobrou efeitos reais das discussões para os povos indígenas. “Eu entendo que é importante, mas não vem resultados, é difícil. Vamos esperar os benefícios da COP 30 para os povos indígenas e os povos da cidade”, disse.

Além disso, o líder indígena reforçou a necessidade dos povos indígenas serem ouvidos nos debates da conferência, sediada no coração da Amazônia.

“Vocês são cientistas mulheres, cientistas homens e eu também sou cientista, Xapiri [da floresta]. E estou tentando explicar como a floresta se comunica comigo, conversa comigo, e eu também respondo à ela. Nós somos ligados à força da natureza, à cultura Yanomami e à cultura da terra”, detalhou o xamã.

Kopenawa também ressaltou o papel do povo Yanomami na conservação das florestas ao mencionar as lutas enfrentadas por eles.

“Tem muita gente contra nós, que quer levar nossa riqueza. Mas ninguém vai deixar. Nós vamos continuar a defender o nosso lugar, nossa floresta, nossa riqueza. Nós somos 50 Xapiris Yanomami protegendo o planeta Terra. Se os Yanomamis morrerem, a floresta morre também”, concluiu.

*Repórter do Portal da Ciência, sob a supervisão do do Prof. Me. Gabriel Ferreira

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