Por Mayson Nogueira*
O climatologista Carlos Nobre, referência mundial sobre questões climáticas e defensor da Amazônia, fez um alerta sobre o futuro da Amazônia em entrevista ao Portal da Ciência na Pavilhão de Ciências Planetárias, na zona azul da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém (PA).
O cientista defende discussões sobre enfrentamento ao aumento da temperatura do planeta e maior investimento nas transições energéticas dos países, passando a depender menos de combustíveis fósseis e redução de gases do efeito estufa.
“Grandes cientistas de todos países que vão está aqui trazendo o que está acontecendo com, o que chamamos hoje de emergência climática, e como buscar soluções, reduzir as emissões, remover uma grande quantidade de gás carbônico da atmosfera, porque a temperatura está quase chegando, de forma permanente, a 1,5° em todo o planeta”, enfatizou Carlos Nobre.
Carlos Nobre que está no centro das discussões sobre o ambiente na COP, reforça a necessidade de proteger as populações da Amazônia e medidas de enfrentamento ao desmatamento em todos biomas.
“A Amazônia está na beira do ponto de não retorno e temos que preparar os habitantes da região, que são muito vulneráveis às mudanças climáticas, como as secas de 2023 e 2024 e as queimadas históricas de 2024. Então temos que reduzir as emissões de gás carbônico de forma imediata e zerar o desmatamento, principalmente nas florestas tropicais”, alertou o pesquisador.

Carlos Nobre em destaque no Pavilhão de Ciências Planetárias, na COP 30. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Além dos debates, o climatologista também é guardião planetário do pavilhão de Ciências Planetárias, e destacou a necessidade do local para discussões voltadas especificamente para a ciência, integrando essa área de estudo com as questões ambientais e sociais.
“Criamos esse pavilhão a pedido da Presidência da COP 30, para que possamos trazer a melhor ciência do mundo para a Amazônia. Nós temos uma grande responsabilidade e a ciência contribui muito para diversas soluções, por exemplo, uma super rápida é a transição energética e aqui nesse lugar [o pavilhão] reunirmos diversos pesquisadores e climatologistas para unir ciência e meio ambiente”, declarou Carlos Nobre.
O pesquisador também pontuou como a conferência pode influenciar em resultados para preservação ambiental da Amazônia e de outros biomas brasileiros.
“Então, realmente a COP 30, levantamos esse ponto principal aqui na conferência, reduzir as emissões imediatamente e criar grandes restaurações florestais, tal como o Brasil lançou [o Arco da Restauração] na COP 28 e proteger nossas populações mais vulneráveis das consequências dos extremos climáticas. Nós temos que criar soluções e capacidade de adaptação de milhões de habitantes de todas as florestas tropicais, especialmente nós aqui da Amazônia”, declarou Carlos Nobre.
Foto: Reprodução/Climate Acceptance Studios
*Repórter do Portal da Ciência, sob a supervisão do Prof. Me. Gabriel Ferreira






