Primeiro dia do Colóquio Panamazônico reúne autoridades e lideranças de diversos países em Manaus

Por Luís Castro*

O primeiro dia do Colóquio Panamazônico de Povos e Comunidades Tradicionais em Tempos de Ameaças aos Territórios reuniu nesta quinta-feira (21), autoridades, pesquisadores e lideranças de movimentos de diversos países da Amazônia. 

O evento é promovido conjuntamente pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), por meio do Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia da Universidade Estadual do Maranhão (PPGCSPA-UEMA) e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

A cerimônia de abertura ocorreu no Museu da Amazônia, bairro Cidade de Deus, zona norte de Manaus. Na solenidade, pesquisadores de diversas áreas, reitores de universidades do Brasil e de outros países, representantes de movimentos e entidades sociais dos nove países da Panamazônia marcaram presença no evento, em uma articulação inédita.

Representantes de países da Panamazônia na solenidade de abertura do Colóquio. Foto: Luis Castro

Ao Portal da Ciência, a professora do PPGCSPA, Cynthia Martins, descreveu que o evento contará, ao longo de três dias, com a apresentação de mesas redondas, grupos de trabalho e oficinas de mapas, para discutir os impactos de temas como as mudanças climáticas e projetos do agronegócio nos povos, e comunidades tradicionais.

“O objetivo do evento, além da produção de conhecimentos sobre a Panamazônia, já que foram produzidos 16 informativos sobre esse tema, é a articulação dessa rede de movimentos sociais com a própria universidade no sentido de continuar produzindo conhecimento sobre essas realidades localizadas”, destacou Cynthia.

Professora do PPGCSPA, Cynthia Martins, em entrevista ao Portal da Ciência. Foto: Luís Castro

Da mesma forma, para a coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradoras de Coco do Babaçu (MIQCB), Maria Alaides Alves de Souza, a formação de uma nova cartografia e o reforço da criação das redes “é um fortalecimento institucional para avançar no sentido de maiores reivindicações”.

“E incluir, não de forma isolada, mas ampla, povos e comunidades tradicionais, enquanto povos que lutam por uma grande aliança e transformação, para manter a floresta de pé, manter o povo unido, manter a organização da produção da sociobiodiversidade”, destacou a coordenadora do movimento que atua nos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.

Coordenadora interestadual do MIQCB, Maria Souza, em entrevista ao Portal da Ciência. Foto: Luís Castro

Após a apresentação e mesa de abertura do Colóquio, foram coordenadas as mesas redondas com os temas “Megaprojetos Privados em Implementação na Panamazônia: e seus Efeitos Sobre Povos e Comunidades Tradicionais, Desmatamentos e Intrusamentos de Terras Indígenas”, coordenado por Rosa Marin, da UFPA, e Vania Souza, do PNCSA, e “Megaprojetos em Implementação na Panamazônia: Mercado de Carbono e Mercado de Terras”, coordenado por Franklin Plessman, do PNCSA, e Fernanda Oliveira Silva.

A programação do evento segue até o dia 24 de agosto, com mesas redondas, grupos de trabalho e oficina de mapas com diversos temas e representantes da PanAmazônia.

*Repórter do Portal da Ciência sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira

Foto: Luís Castro

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