Por Samara Pontes*
Uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Química Geral, do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC-UFAM) em Benjamin Constant, tem chamado atenção com a criação de um chocolate mais ecológico a partir da semente da fruta ingá, como forma de substituição do cacau.
A iniciativa faz parte de um Projeto de Iniciação Científica (PIBIC), e surgiu a partir de uma ideia da professora Dra. Márcia Nascimento Pinto, do INC. A partir disso, o ingá tornou-se a base de desenvolvimento para um produto mais sustentável por meio da bioprospecção, uma pesquisa sistemática que busca em plantas, animais e microorganismos potencial para uso em indústrias farmacêuticas, alimentícia e cosmética.
Ao Portal da Ciência, o discente de Biologia e Química e integrante do projeto, Adriano Santos explicou sobre os processos para produção do chocolate. “A gente faz ele em pó (semente do ingá), e elabora como um produto normal, no caso, como seria feito com o próprio cacau, só que realizamos essa substituição, usando a semente do ingá como matéria-prima junto de outros compostos”, disse.

O prof. Dr. Eliel Brandão, Coordenador do Laboratório de Química Geral, reforçou a importância dos trabalhos de pesquisa realizados no espaço, que apesar de destinado ao ensino, também é um local onde executa-se esse tipo de projeto.
“Temos trabalhado agora em pesquisas alternativas benéficas para nossa região, como com a bioprospecção de alguns produtos locais, buscando outros meios, por exemplo, para a produção de chocolates; também trabalhamos com a análise das águas, mapeando igarapés e ajudando a prefeitura em alguns trabalhos locais, com isso proporcionamos aos nossos alunos um papel social relevante, permitindo-os colocar em prática os conhecimentos obtidos em laboratório”, destacou.
*Repórter do Portal da Ciência (sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira)
Foto: Anne Karoline Menezes