Por Mayson Nogueira*
O movimento “Ciência e Vozes na Amazônia” está voltado para dar visibilidade aos povos da Amazônia no contexto da Conferência do Clima (COP-30) que será realizada em Belém (PA) no mês de novembro de 2025. Lançado em 5 de fevereiro de 2025 pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a proposta do movimento é fortalecer o diálogo entre os diversos grupos sociais dos estados da região Norte, bem como promover o protagonismo das vozes amazônicas diante das mudanças climáticas.
A criação se insere no momento onde uma capital da Amazônia sedia o maior evento sobre clima no planeta, oportunidade ideal de potencializar as demandas de povos e comunidades que vivem imersos na maior floresta tropical do mundo.
Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira, que esteve presente em Manaus no mês de agosto de 2025, os olhares do mundo convergidos para Belém se tornam o momento exato para explanar o que a Amazônia brasileira vive e suas deficiências.
“É um chamamento nosso, amazônidas, para visibilizar o conhecimento científico e social produzido na região, e esse movimento conta com diversas ações para envolver o máximo de agentes para os debates que ocorrerão lá em Belém”, disse o reitor da UFPA.
O movimento surge também com o objetivo de contribuir para as discussões científicas direcionadas a soluções globais e locais relacionadas ao meio ambiente. A ideia é estimular e fomentar a reflexão crítica sobre as temáticas da COP 30, bem como integrar instituições públicas de ensino técnico e superior.
Para que houvesse melhor integração entre as ações do movimento, em dezembro de 2024, a UFPA instituiu a Comissão Executiva da COP 30, composta por cinco professores de diferentes áreas do conhecimento: Antônio Maués, Flávio Barros, Izabela Jatene, Leandro Juen e Maria Ataíde Malcher.
O professor da UFPA, Flávio Barros, salientou que essa mobilização iniciada em Belém representa um momento importante, pois coloca a Amazônia no centro dos debates climáticos globais.
“Não há um futuro sustentável para o planeta sem que as populações amazônicas sejam ouvidas. São essas vozes amazônicas que representam a proteção da floresta, do meio ambiente, e devem sempre ser colocadas em pauta”, disse o professor.
Atualmente, o movimento conta com duas publicações com tópicos importantes relacionados à Amazônia. A segunda publicação ocorreu em 5 de abril de 2025, acerca de diferentes temáticas que envolvem questões da sociobiodiversidade da região. O artigo, visando discussões na COP 30, traz destaques temas de grande importância e o fortalecimento da rede de conhecimento científico.
“Esse movimento, Ciência e Vozes na Amazônia é um convite para um mergulho profundo nesse universo tão rico, mas também frágil, delicado e difícil de entender. É uma chamada também para uma reflexão sobre as dinâmicas de poder e política no sul global e como isso afeta a Amazônia”, declarou o professor Flávio Barros em entrevista ao Portal da Ciência.
Ao longo do ano, o movimento promoverá uma série de atividades para levar a reflexão crítica sobre temáticas da COP 30. A proposta é integrar instituições públicas de ensino e pesquisa, bem como alunos, professores, técnicos e outros movimentos sociais amazônicos, objetivando a Conferência em novembro.
Acesse aqui o site oficial do Ciência e Vozes da Amazônia.
*Repórter do Portal da Ciência sob a supervisão do Prof. Me. Gabriel Ferreira
Foto: Reprodução