Encontro entre comunidade cientifica da Amazônia e presidência da COP-30 é realizado na Ufam

Por Mayson Nogueira*

O Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia reuniu nesta terça-feira (19) pesquisadores, docentes, estudantes e membros de organizações da sociedade civil organizada no Centro de Ciências do Ambiente (CCA), setor sul da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), para discutir eixos temáticos relacionados as mudanças climáticas e a região amazônica.

O objetivo do encontro é entregar um documento com contribuições de pesquisas realizadas na Amazônia para a presidência da COP-30 que deverão ser tratadas durante o evento diplomática, realizado em Belém(PA), em novembro deste ano.

O evento contou com palestra de abertura no auditório Vitória Régia, do CCA, com participações da Reitora da Ufam, Profa. Dra. Tanara Lauschner, e demais autoridades.

“O objetivo desse evento é que a gente empregue um documento contendo vários pesquisadores que trouxeram suas pesquisas, e hoje teremos seis grupos onde cada um discutirá os eixos desse documento”, disse Tanara Lauschner.

Foto: Mayson Nogueira

A reunião desses membros é uma iniciativa coordenada por diversas instituições amazônicas como a própria Ufam, sediadora do encontro, a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Rede de Universidades Estaduais da Amazônia
Legal (Abruem) e dentre outras instituições parceiras.

Ao Portal da Ciência, o diretor do Inpa, Henrique Pereira, enfatizou a parceria entre a ufam e a universidade federal para debates acerca das expectativas para o maior evento climático do ano em Belém.

“INPA e Ufam são parceiros e estamos juntos, em apoio e organização, desse encontro da comunidade científica e acadêmica com a Presidência brasileira da COP, e isso é inédito e uma grande chance para mostrarmos as diversas contribuições da comunidade científica amazônica para a COP”, disse.

Diretor do Inpa Henrique Pereira em discussão sobre eixo temático. Foto: Mayson Nogueira

Para Gilmar Pereira, reitor da UFPA, a importância desse encontro entre acadêmicos e pesquisadores de diversos pontos da Amazônia, reforça as necessidades desses debates para alcançar objetivos diante das questões ambientais.

“Nós somos uma região que congrega metade do país, temos um conjunto grande de cientistas que possuem papel fundamental no desenvolvimento da região e do país”, destacou.

Os debates dos temas contaram com seis salas com temas temáticos definidos. Os eixos norteadores das discussões se dividiram em:

● Eixo I – Transição nos Setores de Energia, Indústria e Transporte.
● Eixo II – Gestão Sustentável de Florestas, Oceanos e Biodiversidade.
● Eixo III – Transformação da Agricultura e Sistemas Alimentares.
● Eixo IV – Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água.
● Eixo V – Desenvolvimento Humano e Social;
● Eixo VI – Objetivos Transversais – Financiamento, Inovação e Governança.

Para a professora da UFPA e coordenadora do Eixo I, Julia Cohen, se faz a pertinência de destacar o assunto de transição energética perante os contextos de poluição provocados por energias fósseis.

“Nesta seção, tratamos a transição de energia, transporte, discutimos os gases poluentes na atmosfera, bem como
energias renováveis para possíveis soluções desses casos”, afirmou.

Para a coordenadora do Eixo IV, Andrea Ribeiro, destaca a necessidade de as cidades possuírem infraestruturas corretas e adequadas para um amplo acesso desse líquido precioso, bem como a gestão da água e de resíduos.

“Aqui falamos exatamente sobre governança, né, assim como a gestão da qualidade de água e resíduos, que é um tema extremamente importante no qual conecta saúde e biodiversidade, não só em contexto amazônico como também global”, falou a professora.

Os demais eixos seguiram suas respectivas temáticas, propostas e objetivos abordados de acordo com cada tema, possíveis soluções e reflexões direcionadas.

Ao final do evento, um documento oficial será entregue à Presidência brasileira da COP, contendo as várias contribuições científicas de pesquisadores da Amazônia para o Brasil e o mundo.

“Para cada eixo, somamos mais de 408 infraestruturas de ciência e tecnologia da Amazônia, portanto, um ecossistema robusto e potente, capaz de produzir as respostas da ciência e apoiando soluções para enfrentamento
da crise climática”, finaliza Henrique Pereira.

*Repórter do Portal da Ciência sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira

Foto: Mayson Nogueira

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