Escola da zona rural de Manaus realiza terceira Feira de Ciências, Tecnologia e Educação Ambiental  

Por Larissa Gemaque*

Com o tema “Lendas Amazônicas e Fenômenos Naturais: onde a ciência encontra o mito”, a Escola Municipal Nossa Senhora de Nazaré, localizada na Costa do Tabocal, região metropolitana de Manaus, inserida na Divisão Distrital Zonal (DDZ) Rural, realizou ao longo deste dia 12 de agosto a 3ª edição da Feira de Ciências, Tecnologia e Educação Ambiental.

A feira ocorre a partir de uma ação conjunta entre a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), e o corpo pedagógico da escola. A exposição teve por objetivos enriquecer a produção científica e propor a imersão dos alunos e da comunidade local através da exposição de materiais produzidos pelos estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. 

Mostra de aranha coletada para a caixa entomológica. Foto: Larissa Gemaque

O diretor da escola Alex Amazonas destacou em entrevista ao Portal da Ciência a importância da realização de feiras em âmbito escolar. “Eu acho extremamente essencial fazer ciência na escola. Eu acredito que é a origem, a essência da ciência, sobretudo no campo acadêmico. Então, trabalhar esses experimentos, essas exposições, é também estimular a produção de conhecimento. Principalmente, levando em consideração a escola, sendo uma escola ribeirinha, onde a gente tem contato direto com o que é ciência, com o que é natural, com a física”, disse. 

Escola como berço da produção científica

Os alunos apresentaram na exposição bonecos de lata, maquetes, robôs e ervas medicinais, destacando a importância de seu consumo para a saúde. Também foram expostos os resultados dos trabalhos desenvolvidos no Programa Ciência na Escola (PCE), que tem por objetivo aprimorar o ensino de ciências nas escolas públicas e estimular o interesse dos alunos por carreiras científicas. 

Apresentação de Robô desenvolvimento por uma equipe de alunos do 9º ano. Foto: Larissa Gemaque

Os estudantes do 9º ano apresentaram uma caixa entomológica, projetada para armazenar, preservar e exibir insetos capturados na comunidade.  

Para o professor de Ciências, Joel Monteiro, a caixa entomológica foi uma inovação na localidade. “Essa caixa no Rio Amazonas, ela é novidade. É um trabalho de encrustamento. E poucas pessoas trabalham com essa técnica. É mais aquela técnica convencional de secar com alfinetada no isopor. Então, é uma inovação aqui. E aqui a gente pode ver que, através da geografia e da realidade, a gente consegue transpor o status e fazer o que quer que aconteça produzidos a ciência”, explicou. 

Os alunos enxergaram o evento como uma oportunidade de aprendizado por meio da diversidade de experiências apresentadas na feira. “Tô achando muito legal. Porque essa é a minha primeira vez que eu tô participando. Eu nunca tinha participado de uma feira assim”, declarou Bruna Lacerda, aluna do 9º ano do fundamental. 

Foto: Portal da Ciência

Além disso, o evento contou com a participação da Casa da Física, projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que exibiu experimentos físicos para os estudantes. Houve também a exposição do projeto de doutorado das alunas Maria Fernanda e Rayana Melo, sobre a Biologia de Arraias de Água Doce

Visão da DDZ rural sobre o evento 

O professor de História e coordenador da Feira Municipal, Rosivaldo Moreira, afirma que a produção científica pode ser vivenciada desde o período escolar.

“Nós temos o costume de achar que a ciência é só para quem está na graduação, na academia, fazendo mestrado ou doutorado, ou, no máximo, os colegas do ensino médio. Mas estamos provando aqui, com a Secretaria, que desde a creche nossos alunos experienciam a ciência. Os pequenos, na escola e na creche, vivenciam o método, a organização, o falar e o socializar. E os alunos mais velhos já defendem uma pesquisa que eles próprios realizaram”, declarou o professor. 

De acordo com a chefe da Divisão Distrital Zonal (DDZ) Rural, professora Rosa Denise a realização de mais uma feira em uma comunidade representa um avanço significativo para a educação amazonense.

“Em primeiro lugar, gratidão a Deus e depois, pela oportunidade de mediar e demonstrar mais conhecimentos. Porque, a partir do momento em que você participa de uma feira de ciências e começa a transmitir esse conhecimento, ele volta para você. Quanto mais você ensina, mais você aprende. Ter mais uma escola significa para mim que nós temos mais uma oportunidade de mediar conhecimentos”, ressaltou. 

*Repórter do Portal da Ciência sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira

Foto: Portal da Ciência

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