Por Luís Castro*
O município de Coari passou a integrar, de forma inédita, o Registro Brasileiro de Paralisia Cerebral (RB-PC). Além da capital do Amazonas, Manaus, a cidade da região do Médio Solimões é a única do interior do estado a fazer parte da pesquisa liderada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o intuito de trazer um panorama da paralisia cerebral em âmbito nacional.
A integração do município ao RB-PC ocorreu com o apoio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), através do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), conforme explicou uma das colaboradoras do Registro, a professora do curso de fisioterapia do instituto, Alessandra Araújo. Segundo a docente, desde o fim de 2024, mais de 20 pessoas já foram registradas no sistema.
Em entrevista ao Portal da Ciência, a professora ressaltou a importância da pesquisa que tem como objetivo de “compreender a epidemiologia, os fatores de risco, a mobilidade, as características clínicas e a gravidade, assim como os dados antropométricos e as deficiências associadas de pessoas com paralisia cerebral no Brasil”.
“E, consequentemente, contribuir para fomentar ações futuras com relação a causas de diagnóstico e serviços de reabilitação. É para a gente implementar novas políticas públicas para essas pessoas com paralisia cerebral”, completou a pesquisadora.
Além disso, o processo de registro incluiu a identificação das pessoas com paralisia, entrevistas e exames físicos, além de um relatório funcional que complementa o diagnóstico.
Sobre o RB-PC e primeiro relatório anual
O Registro Brasileiro de Paralisia Cerebral é um estudo coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que faz parte do Registro Latino-Americano de Paralisia Cerebral (LATAM-CPR) e busca entender as causas mais frequentes e os tipos de paralisia, assim como as características clínicas e com que idade as terapias de reabilitação têm início.
Em março deste ano, o RB-PC publicou o primeiro relatório anual, com os dados levantados em 2024. Os resultados apontam mais de 591 entrevistas realizadas em todo o país, sendo 16 destas no Amazonas, conforme o gráfico abaixo. Confira o relatório na íntegra.
No estado do Amazonas, a profa. Dra. adjunta do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ayrles Mendonça ficou responsável pela coordenação regional do Registro.
“O RB-PC segue coletando dados [… ] para registrar novos e antigos casos, garantindo informações cada vez mais representativas do país e avanços em políticas públicas para esta população”, diz trecho do relatório.
*Repórter do Portal da Ciência (Sob a supervisão do prof. Me. Gabriel Ferreira)
Foto: Nathália Cesar