O protagonismo do Museu Emílio Goeldi na COP-30

Por Mayson Nogueira*

A 30° Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) começou em Belém (PA). E por lá, na capital do Brasil, durante o evento, diversas instituições científicas do Brasil e do mundo estão reunidas para debates acerca do futuro do planeta seja no contexto científico, ambiental e social, e entre elas, está o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Fundado em 1866 e sendo a instituição científica mais antiga na Amazônia, a participação de pesquisadores e cientistas do Museu na “COP da justiça climática” reflete a necessidade de instituições locais estarem mais presentes em debates globais sobre mudanças climáticas e as consequências sociais dos indivíduos afetados em contexto amazônico na maior conferência internacional sobre o clima.

Ao Portal da Ciência, Nilson Gabas Júnior, diretor da instituição, destacou a inserção e o protagonismo do Museu Emílio Goeldi nos debates da COP-30 para reconhecimento dos trabalhos regionais, bem como contribuições científicas para os extremos climáticos e consequências na Amazônia.

“Nós nos preparamos para essa COP 30 há mais de um ano atrás. Eu acredito que nossa proeminência nessa ação também vem de uma verticalização desde a nossa fundação, há mais de 160 anos. Então a ciência produzida aqui é sempre uma ciência bilateral, o conhecimento tradicional e o científico propriamente dito, e os resultados nós estamos vendo aqui na COP 30”, disse Nilson.

Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nilson Gabas Junior Foto: Alessandro Falco/ Folhapress/ Reprodução

A conferência permitirá encontros, palestras e visitas no renomado instituto, que também é um parque zoobotânico, permitindo trocas de conhecimentos amazônicos com visitantes e conhecer trabalhos feitos pelo instituto, no qual pessoas de todo mundo podem presenciar.

Durante as duas semanas da Conferência, o Museu será a sede, de forma temporária, do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), em um ato simbólico para marcar a visibilidade de institutos de pesquisa na Amazônia nos debates entre governos, pesquisadores e sociedade na COP.

“A ministra [Luciana Santos] decretou que o Museu Goeldi é a sede do Ministério de Ciência e Tecnologia durante a COP 30. Então nós nos preparamos com uma série de ações interligadas com essas entidades, com essas associações e o Museu acaba se encaixando na agenda mundial pelo que nós estamos sendo capazes de mostrar ao planeta aquilo que fazemos”, reforçou o diretor.

O Museu possui acervos de conhecimentos naturais e humanos relacionados à Amazônia, sendo um importante centro de estudo para entendimento da região, complementando com as discussões em caráter científico nos eixos temáticos da COP 30.

“A nossa capacidade de liderança em manutenção de coleções científicas, mostrar a diversidade, aprender a identificar a diversidade e respeitar isso. A gente está conseguindo passar a mensagem de que os conhecimentos se interligam e as ações precisam ser conjuntas e mostrar nossa diversidade, aprender e respeitar”, finaliza o diretor do Museu Emílio Goeldi, Nilson Gabas Júnior.

Foto: Divulgação/Portal do Brasil

*Repórter do Portal da Ciência sob a supervisão do Prof. Me. Gabriel Ferreira

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